terça-feira, 8 de maio de 2007

Mais de 1500 pessoas vão às ruas em Portugal para pedir a legalização Cannabis

Mais de 1.000 pessoas compareçeram às Amoreiras, em Lisboa, para participar da Marcha Global da Marijuana, e pedir a descriminalização da planta no país.

Nuno Pombeiro, da COM.Maria (Comissão Organizadora da Marcha), mantém contatos com ativistas de outros países e explicou aos jornalistas que o objetivo da iniciativa é "repor a verdade sobre a planta, e para poder reafirmar o valor da sua liberação".

Ele afirma que, "após o sucesso dessa passeata que conseguiu ampliar dos 200 participantes do ano passado para mais de 1.000 esse ano, o próximo passo é criar uma associação para defender o direito das pessoas que usam a planta e esclarecer a sociedade sobre o assunto".

"As pessoas querem mudar as coisas e estão a organizar-se para acabar com o tabu político", afirmou ele, acrescentando que todos os deputados portugueses de todos os partidos políticos, tanto da Assembleia da República, como do Parlamento Europeu, estão convidados a subscrever o manifesto do movimento. A Comissão Organizadora da Marcha Global da Marijuana em Lisboa (COM.MARIA) defende também a importância de uma maior investigação quanto às utilizações das fibras e da resina da planta.

"Os pressupostos em que se baseia a lei portuguesa de proibição da cannabis, com 36 anos, é um conjunto de mentiras, como dizer que quem fuma a substância fica toxicodependente, que passa logo para outras drogas ou que se torna traficante", realça Nuno Pombeiro reafirmando a urgente necessidade de alterar as regras em vigor.
PORTO

No Porto, cerca de 500 pessoas desfilaram pela primeira vez em defesa da legalização da cannabis. A adesão deixou a organização satisfeita e os agentes da autoridade surpreendidos: "Disseram-nos que seriam perto de 200 pessoas, mas afinal está mais gente do que o previsto", diz um dos agentes da PSP. Eram 15.00 quando os manifestantes, aos poucos, começaram a concentrar-se na Praça do Marquês de Pombal.
Seguidores da filosofia rastafari, ocupavam o topo norte do jardim, enquanto do outro lado cerca de duas dezenas de idosos jogavam cartas, em uma conviência pacífica. Apesar de os organizadores disponibilizarem máscaras a quem quisesse manter o anonimato, todos desfilaram com o rosto descoberto. E não faltaram figuras conhecidas, como Ana Deus, antiga vocalista dos Três Tristes Tigres. "Não temos de que nos envergonhar", diz Luís Madureira. Com dreadlocks e chinelos, o jovem de 21 anos entende que "é pior defender o tabaco e o álcool do que a cannabis".
Emanuel Rodrigues destaca-se na multidão devido à idade e ao cartaz que empunha. Com 57 anos, comerciante de profissão, decidiu participar no desfile "porque a cannabis é um bom antidepressivo". E a escolha do cartaz, com a frase "Regressa D. João IV", tem uma explicação: "Mandou plantar cânhamo no País. E só não digo 'Volta Salazar', porque podia ser mal interpretado". É que o vencedor dos Grandes Portugueses "permitia a cultura desta planta".

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