sábado, 13 de junho de 2009

In Memorian: Carta-protesto de Gey Espinheira

Essa carta foi enviada como sugestão de publicação para o Espaço do Leitor, no Jornal A Tarde, com cópia para mim. O A Tarde não a publicou na época, mas nós a resgatamos e estamos fazendo as honras de torná-la pública. Com atraso, é verdade, mas achamos que vale a pena reviver as sábias e afiadas palavras do mestre Gey Espinheira.

"Á redação do Espaço do Leitor. Agradeceria a publicação desta carta-protesto.
Atenciosamente, Gey Espinheira, Salvador, 02 de maio de 2008,



A Bahia deu dois grandes exemplos ao país. Exportou a intolerância política, social, cultural e existencial ao proibir a Marcha da Maconha, uma manifestação cultural e democrática que ocorre em todo o país e no mundo. O pior, veio do Ministério Público que tanto tem contribuído para o aprimoramento da nossa democracia. Por último, mas certamente não derradeiro, o Dr. Dantas, merecedor de uma surra com a corda única do berimbau pelas tolices, que seriam simplesmente tolices, se não fosse ele coordenador de um curso universitário da UFBA. Mais do que protestos, eles merecem sair de seus postos por atentado contra a democracia e aos Direitos humanos."


Infelizmente o Prof. Gey nos deixou sem ver corrigidos nenhum dos dois absurdos que tentou denunciar. Nem o Ministério Público, autor das ações que proibiram a Marcha da Maconha de ocorrer nas datas previstas em 2008 e 2009, nem o Sr. Dantas, que afirmou que os baianos de certa forma são intelectualmente inferiores, o que se vê por só saberem tocar o Berimbau, instrumento e uma única corda, foram punidos pelos excessos cometidos. Resta-nos a pergunta que não quer calar: Até quando iremos permitir desrespeitos à nossa cultura, aos Direitos Humanos e à Democracia que nos envergonham perante toda a nação?

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