quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Dá para cultivar maconha medicinal em solos 100% inertes?

Por Sergio Vidal, autor do livro Cannabis Medicinal introdução ao Cultivo
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Essa semana responderei a carta do leitor PK, que me escreveu a seguinte mensagem por email.
"Olá Sergio, sou do interior de Pernambuco e estou com um indoor tem umas semanas e esta é minha situação: Tenho uma lâmpada de 250w, cultivo em solos 100% sunshine mix, e tenho dado fertilizante para hidropônia da Photogenesis, na dose recomendada de 4ml por litro de água. O pH está em 6,1 em média, mas mesmo assim as plantas estão amarelando, conforme a foto. Você pode me ajudar?"
Há algumas pistas do que está ocorrendo. Seu solo é 100% inerte, ou seja, não contém quase nenhum nutriente. Tudo que ele faz é reter água e nutrientes que são administrados pelo jardineiro.


Pessoalmente acho fascinantes sistemas de cultivo que utilizem substratos 100% inertes, pois possuem uma série de vantagens: evitam proliferação de insetos, odores e minimizam a sujeira na estufa.
Por outro lado, as plantas dependem totalmente da dieta de nutrientes que os cultivadores lhes dão. Então, o cultivador tem que redobrar o cuidado com a nutrição das plantas. Seu solo é formado 100% de Sunshine Mix.
Existem muitos Mix da marca Shunshine, mais o mais vendido no Brasil é o composto exclusivamente de Turfa de Sphagnum, que é um solo de decomposição de áreas pantanosas. Ele tem alto potencial para reter umidade e nutrientes, porém ele em si é pobre em alimento para as plantas. Desaconselho o uso de turfa pura. Acho mais adequado, caso o cultivador esteja optando por um sistema 100% inerte, utilizar uma mistura de turfa, perlita e pó de coco.
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Pó de coco cumpre a mesma função da turfa, porém é muito mais barato e é um produto de origem nacional. Além do mais a turfa é extraída de áreas pantanosas, ou seja, ecossistemas exclusivos que precisam ser preservado e não degrados em benefício do cultivo de maconha ou de qualquer outra planta. O pó de coco cumpre bem o papel de aerar o substrato e promover a retenção de umidade. Deve ter o cuidado de lavar muito bem o pó de coco, para remover os sais acumulados nas fibras.
Esses sais podem ser prejudiciais às plantas e atuarem e, ao longo de sua vida, prejudicar seu desenvolvimento e inclusive sua saúde. O pH está na faixa adequada. O ideal é mantê-lo oscilando com um mínimo de 5,8 e máximo de 6,8. O seu está num ponto ótimo e não deve ser o pH que está atrapalhando a absorção dos nutrientes. O que deve estar ocorrendo é uma escassez mesmo.
Procure aumentar a dose do fertilizante e observar a reação da planta. Aparentemente a planta também está com carência de magnésio, além do visível amarelamento por falta de nitrogênio. É possível administrar magnésio à planta diluindo "Sal Amargo", um laxante comum encontrado em farmácias.
O Sulfato de magnésio, ou Sal Amargo, é rico em Enxofre e Magnésio, micro e macro nutrientes fundamentais para o desenvolvimento da planta. Aumentando a dose de fertilizante e inserindo magnésio na dieta certamente elas reagirão positivamente.
Evite a sobredosagem do fertilizante e ao invés de aumentar a dose semanal, aplique 2 doses menores por semana, com intervalo de 2 a 3 dias entre cada uma. Quando aplicar o fertilizante, não esqueça de aplicar também o magnésio. Quando o verde da planta estiver bastante vívido, é sinal de que a nutrição está correta e que você precisa apenas mantê-la.
+info: publicado originalmente no blog parceiro Hempadão.

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